Gestão de mudança em uma jornada para a nuvem

Publicado: 31/03/2023

É natural encontrar resistência das pessoas no início de uma jornada para a nuvem. Para ter uma jornada de sucesso, precisamos transformar essa resistência em motivação

“Não existe nada chamado de ‘zona de conforto segura’. Este é um nome conveniente que descreve o processo de degeneração.” Gosto muito desta frase do autor Manoj Arora, pois ela nos lembra que se não nos reinventarmos e inovarmos constantemente, ficaremos para trás. E isso vale para a adoção de nuvem nas empresas. 

Isso porque, invariavelmente, a utilização de tecnologias de computação em nuvem seguindo as melhores práticas trará várias mudanças que impactam a organização. Desde aspectos financeiros, com o modelo pay-as-you-go da nuvem, até aspectos de tecnologia, com aprendizado referentes a novas ferramentas. 

Todos esses desafios têm algo em comum, que é justamente o ponto principal de sucesso nessa jornada: as pessoas. Para a adoção de nuvem ser bem sucedida, elas irão mudar o modo como lidam com tecnologia, e precisam de apoio para que isso dê certo.

Curva de Kübler-Ross e as respostas emocionais à mudança

O processo de aceitação de mudanças passa por várias respostas emocionais, conforme demonstrado pela Curva de Mudança de Kübler-Ross. Não é uma surpresa que as primeiras respostas são negativas: choque, negação, frustração e depressão.

À direita na imagem, são listadas algumas estratégias para lidar com as respostas emocionais em cada estágio da curva. Para superar rapidamente os estágios iniciais, por exemplo, alguns dos pontos importantes são a comunicação clara dos benefícios que as pessoas irão colher e como terão o apoio para desenvolver as capacidades para lidar com o novo.

Como isso se aplica à jornada para a nuvem?

Em uma jornada para a nuvem, isso consiste de uma estratégia clara e um plano de ação que envolve toda a empresa. 

Como diz o Adrian Cockcroft, VP de Estratégia de Arquitetura Cloud da AWS no prefácio do livro Ahead in the Cloud:

“A ida para a nuvem significa que você precisa entender DevOps, mas DevOps normalmente significa uma reorganização, e não renomear um time.”

Na prática, utilizamos o AWS Cloud Adoption Framework (CAF), que apoia as empresas a estruturarem a jornada olhando para seis perspectivas: negócios, pessoas, governança, plataforma, operações e segurança. 

Seguindo o framework, é possível realizar um diagnóstico do momento atual da empresa e seus pontos fortes e fracos em relação às melhores práticas de Computação em Nuvem. A partir disso, é elaborado um plano de ação. 

Para além de um plano de ação, o principal benefício do CAF é a mudança do mindset dos profissionais.

Desde o início, os profissionais já aprendem, de forma estruturada, como é uma jornada para a nuvem, em vez de se basearem em tutoriais da Internet sem necessariamente seguir as melhores práticas. Além disso, já passam a entender o que terão de ganho com a nuvem para as suas carreiras, que o aprendizado não é tão difícil quanto parece e que existe um plano claro de evolução.

Mudança como uma construção coletiva

Infelizmente, muitas empresas, pela pressa em começar rápido o projeto, acabam pulando essa etapa inicial. O que vemos muitas vezes é uma mudança forçada e top-down, com apenas orientações gerais e uma expectativa de que os profissionais descubram por conta própria como lidar com as novas rotinas através de documentações na Internet. E isso tem seu preço.

Já atuei em alguns projetos em que as empresas preferiram garantir o alinhamento e planejamento inicial para ter o real ganho mais à frente – e a diferença é nítida. 

Quando iniciamos o projeto em uma das maiores redes de academias do Brasil, o workshop inicial contou com a participação do CEO, CTO, CFO, Diretor Jurídico, Diretor de RH e outras lideranças da empresa. Com isso, todos levaram suas preocupações para a mesa, possibilitando a elaboração de um plano de ação estruturado, que envolveu inclusive a capacitação dos profissionais.

Tivemos uma abordagem semelhante em uma das maiores operadoras de logística do Brasil. Com isso, foi possível um alinhamento estratégico de toda a organização. Isso fez não só com que os profissionais estivessem alinhados, mas também que passassem a estudar e se capacitar por contra própria para trazer ganhos mais rápidos.

Essa abordagem estruturada para o processo de mudança é o que faz a maior diferença em uma jornada para a nuvem. Afinal, para qualquer desafio que temos, o fator mais crítico para o sucesso e falha sempre se resume às pessoas.

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Filipe Barretto

Cloud Sales Leader at e-Core

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