Por que aplicar Test-Driven Development (TDD) no seu negócio?

e-Core • November 12, 2024

O Test-Driven Development (Desenvolvimento Orientado a Testes, em português) é uma metodologia de desenvolvimento de software que propõe escrever testes antes de codificar uma funcionalidade. Validada por Kent Beck, um dos pilares da metodologia Extreme Programming, o TDD segue um ciclo iterativo simples: primeiro, escreve-se um teste que falha; em seguida, codifica-se apenas o suficiente para passar no teste; por fim, realiza-se a refatoração para otimizar o código.


O próprio conceito de que seu código deve falhar na compilação antes de iniciar a implementação não é compatível com o jeito de algumas pessoas raciocinarem para resolver um problema. Além disso, há situações em que não é possível escrever o teste antes do código. Kent Beck e David Heinemeier Hansson (criador do “Ruby on Rails”), aliás, comentam sobre tais questões nesta sessão online.


O Test-Driven Development tem como objetivo criar um código mais coeso, limpo e com menos dependências entre módulos. Ao aplicar TDD, a equipe de desenvolvimento é “forçada” a seguir passos menores e mais seguros, o que ajuda a garantir que o código seja funcional e fácil de manter.


Como fazer TDD?

O ciclo do TDD segue três fases bem definidas. Esse processo é chamado de Red, Green e Refactor. Aqui está um passo a passo de como implementar essa metodologia:

  1. Escreva um teste que falhe inicialmente (Red): Quando começamos a desenvolver uma nova funcionalidade, o primeiro passo é criar um teste que defina o comportamento esperado dela. Como a funcionalidade ainda não foi implementada, o teste irá falhar, o que é esperado e desejado nesse ponto.
  2. Implemente a funcionalidade para que o teste passe (Green): Após criar o teste, o próximo passo é escrever o código necessário para fazer o teste passar. Aqui, o foco é na simplicidade, ou seja, criar a solução mais simples possível que faça o teste funcionar corretamente.
  3. Refatore o código (Refactor): Com o teste passando, é hora de melhorar a implementação. Durante a refatoração, ajusta-se o código para que ele fique mais limpo, legível e eficiente, sempre verificando se o teste continua passando após as mudanças.

Esse ciclo é repetido, garantindo que o código sempre estará coberto por pelo menos um teste em cada nova funcionalidade implementada. Isso faz com que o código seja constantemente testado e melhorado ao longo do processo de desenvolvimento. 


Quando o TDD é útil? 

O TDD pode ser especialmente útil em projetos em que a qualidade e a manutenção do código são fatores críticos. Por meio de testes automatizados, é possível identificar rapidamente quando algo não está funcionando conforme esperado, o que aumenta a confiança do desenvolvedor e da equipe na implementação de novas funcionalidades e na correção de bugs.

Ao começar por um cenário simples, é fácil visualizar todos os resultados possíveis de um determinado pedaço de código. Assim é possível escrever casos de testes que cubram todos os cenários, sejam eles positivos, negativos ou de borda.


Para o desenvolvimento do código, o uso do método possibilita um feedback rápido sobre o funcionamento das novas funcionalidades e possíveis impactos nas já existentes, promovendo um código mais simples, coeso e modular. Além disso, a cobertura de testes proporciona segurança durante a refatoração, permitindo melhorias no código sem risco de quebrar funcionalidades. Os testes também tornam a correção de bugs mais eficiente, evitando que novos problemas sejam criados no sistema. Com menos bugs, os desenvolvedores aumentam sua produtividade, focando mais em tarefas que agregam valor ao projeto.


Qual o impacto do TDD para o negócio?

Pode-se pensar que implementar o TDD torna o desenvolvimento mais lento, devido à necessidade de escrever muitos testes. No entanto, ao aplicar o método, o tempo gasto na fase de desenvolvimento inicial pode até ser maior, mas o retorno em médio e longo prazo é significativo, pois o tempo gasto na correção de bugs e na manutenção do código diminui drasticamente.


O TDD ajuda a evitar o cenário comum em que a correção de um bug gera outros problemas no sistema. Com os testes escritos antes da codificação, o desenvolvedor tem mais confiança ao alterar o código, pois qualquer erro será detectado rapidamente pelos testes já realizados.



Implementando o TDD no mundo real

A aplicação do TDD no dia a dia de desenvolvimento pode variar de acordo com a complexidade do projeto e as ferramentas disponíveis. Embora o TDD seja demonstrado muitas vezes em cenários simples, como calculadoras ou validações de senha, ele pode ser adaptado para projetos mais complexos, desde que haja critérios de aceitação claros para as funcionalidades a serem implementadas. Se você está recebendo tarefas cujos critérios de aceitação não estão claros, é praticamente impossível aplicar o TDD.


Ferramentas como o Postman podem ser usadas como um exemplo de TDD na prática. Antes mesmo de iniciar a implementação de um serviço, é possível criar chamadas simulando o comportamento esperado da aplicação e escrever testes que verificarão se as respostas estão corretas. Talvez seja até mais natural implementar TDD antes mesmo de abrir a IDE (Integrated Development Environment).


Dessa forma, o TDD pode ser aplicado de forma incremental. O próprio fluxo de raciocínio do TDD envolve reescrever testes quantas vezes forem necessárias. Faça o teste com base no que já sabe e altere-o conforme seu entendimento do projeto se expande. Mesmo em cenários complexos, o método ajuda a equipe a ter mais clareza sobre o comportamento esperado da aplicação e garante que o desenvolvimento siga uma lógica clara e bem definida.


Fontes:

O Mítico Homem-Mês (Frederick P. Brooks Jr., 1975) — Editora Alta Book.

Keynote (Beck, Fowler e Hansson): https://www.youtube.com/watch?v=z9quxZsLcfo&t=1242s;

Fala de David Farley Sobre Testes: https://www.youtube.com/c/ContinuousDelivery



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