Eficiência de API em grandes equipes: automação, padronização e governança

e-Core • November 11, 2025

As APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) se tornaram pilares da transformação digital, conectando sistemas, plataformas e serviços em um ecossistema corporativo cada vez mais complexo. Segundo o Postman 2024 State of the API Report, a média de aplicações hoje depende de 26 a 50 APIs, refletindo a extensão da integração digital. No Brasil, dados da Engineering Brasil destacam o país como o terceiro maior consumidor global e o quarto maior criador de APIs.


Apesar de seu objetivo inicial de simplificar o trabalho dos desenvolvedores, as APIs passaram a gerar desafios significativos à medida que sua adoção se expandiu. A complexidade acumulada, conhecida como complexity creep, tem impactos diretos na eficiência dos times de engenharia, principalmente quando documentação inconsistente, ferramentas desconectadas e processos manuais dominam o ciclo de desenvolvimento. 


Quase 40% dos desenvolvedores apontam a documentação inconsistente como principal obstáculo, enquanto 33% das organizações gerenciam múltiplos gateways de API e 27% não usam ferramentas de proteção de chaves sensíveis, criando lacunas em governança e clareza operacional, de acordo com o relatório da Postman.


Impacto do desperdício de tempo na eficiência de API

O impacto da ineficiência no desenvolvimento de APIs se traduz em desperdício de tempo, retrabalho e atraso em entregas críticas. Testes lentos e fragmentados consomem entre 23% e 35% do orçamento de TI, com ciclos médios de teste levando 23 dias, conforme o Postman 2024 State of the API Report. Para uma equipe de 50 engenheiros, isso equivale a US$ 395.500 anuais em tempo visível perdido, sem contar os custos ocultos de não inovar a tempo.

A falta de padronização e coordenação força os desenvolvedores a gastar tempo em tarefas manuais. O trabalho de uma única API pode envolver cinco ou mais equipes, mas a comunicação dispersa por Google Docs, Confluence, Slack e e-mails gera requisitos incompletos ou conflitantes. Esse cenário cria um efeito cascata: integração atrasada, duplicação de esforços e retrabalho constante.


O que está por trás de APIs não eficientes


1. Documentação descentralizada

A inconsistência na documentação é apontada como o maior obstáculo para 39% dos desenvolvedores que precisam aprender sobre APIs, segundo o relatório da Postman. Além disso, a falta de um catálogo sistemático de APIs faz com que 43% dos desenvolvedores dependam de colegas para entender como as aplicações funcionam, gerando atrasos, especialmente quando o colega está em outro fuso horário ou de férias. 

A ausência de padronização e descoberta adequada também resulta em trabalho duplicado, que algumas empresas conseguiram reduzir em até 70% ao unificar a colaboração.

Outro desafio são os gargalos na integração. Por exemplo, quando equipes frontend aguardam notificações no Slack informando que o trabalho backend está concluído. Isso cria atrasos sistemáticos, pois problemas de integração só são descobertos tarde no ciclo de desenvolvimento. 


2. Testes não automatizados

Como os testes muitas vezes só ocorrem no final do ciclo, os problemas de integração são identificados tardiamente, aumentando o tempo total de desenvolvimento. Essas ineficiências cumulativas levam a testes de sprint até 16 vezes mais demorados, ciclos de teste de API 10 vezes mais longos e um aumento de 16 vezes no tempo gasto pela QA em testes de rotina, diz o documento da Postman. A otimização dos fluxos de trabalho de teste, por outro lado, pode reduzir o tempo de semanas para apenas um dia, economizando dezenas de horas por ciclo.


3. Excesso de ferramentas 

O uso de múltiplas ferramentas desconectadas também contribui para o desperdício de tempo. Desenvolver uma única API pode exigir a coordenação de cinco ou mais equipes e inúmeros stakeholders, forçando os desenvolvedores a lidar com transferências de contexto constantes e movimentação manual de informações entre sistemas não integrados. Consolidar o trabalho que exigia quatro a cinco ferramentas em um ambiente integrado elimina grande parte dessa fricção.


4. Falhas de comunicação

Além disso, a comunicação desorganizada faz com que decisões importantes se percam. Feedbacks e discussões sobre o design da API espalham-se por e-mails, threads do Slack e comentários em documentos, resultando em requisitos conflitantes ou incompletos. Equipes ficam aguardando notificações sobre etapas concluídas, transformando atrasos de horas em dias e comprometendo a eficiência geral do ciclo de desenvolvimento.


Boas práticas para escalar a eficiência de APIs


A escalabilidade da eficiência em APIs depende de fluxos de trabalho unificados e da adoção de práticas maduras. Plataformas colaborativas substituem transferências sequenciais de trabalho pela colaboração paralela, aumentando a produtividade. Abaixo, separamos algumas práticas indicadas:


  1. Padronização do ciclo de vida das APIs (API-First) coloca a API no centro da estratégia de desenvolvimento, garantindo sistemas modulares, interoperáveis e escaláveis. Isso evita que falhas isoladas impactem outros aplicativos e facilita a governança do ecossistema.
  2. Testes automatizados utilizam paralelização e orquestração para reduzir drasticamente o tempo de execução. Instituições como a Western Governors University reduziram testes de 96 horas para 5–6 horas por sprint, e a California State University encurtou ciclos de API de duas semanas para apenas um dia, mostrando o impacto direto da automação na eficiência de API.
  3. Documentação unificada e inteligente garante que todas as informações da API estejam centralizadas, atualizadas automaticamente e disponíveis como uma única fonte de verdade. Redes privadas de APIs atuam como marketplaces internos, permitindo que equipes descubram soluções existentes antes de criar novas, eliminando trabalho redundante.
  4. Governança fornece segurança, qualidade e consistência, estabelecendo processos, políticas e métricas que garantem o uso estratégico das APIs. Plataformas corporativas colaborativas permitem aplicar padrões de API em escala sem prejudicar a produtividade dos desenvolvedores.


Transformando APIs em ativos estratégicos

Empresas que adotam essas práticas reduzem riscos, custos e complexidade, preparando-se para inovar com confiança. A implementação de testes escaláveis, design padronizado e documentação centralizada transforma o ecossistema de APIs de um ponto de fricção em um ativo estratégico, permitindo que os desenvolvedores se concentrem em inovação e entrega de valor ao negócio.

Como parceiro exclusivo da Postman no Brasil, a e-Core é capaz de guiar empresas na adoção, governança e escalada de suas APIs com eficiência, reduzindo riscos, custos e complexidade.

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