Recap AWS re:Invent 2025: o que a AWS está preparando para os negócios brasileiros?

Eficiência operacional e redução de custos com as novidades da AWS

Entre as novidades da AWS apresentadas no re:Invent 2025, os avanços em infraestrutura e dados tiveram foco claro em simplificar a operação e ampliar a eficiência financeira, pontos críticos para negócios brasileiros em diferentes estágios de maturidade em nuvem.

Database Savings Plans

Um dos destaques foi o Database Savings Plans, novo modelo de compromisso de gastos voltado a serviços de banco de dados da AWS. A solução permite economias de até 35% ao substituir a lógica rígida das reservas de instância por um compromisso baseado no gasto total por hora de computação de banco de dados, independentemente do engine utilizado. Segundo Igor, “embora seja uma economia um pouco abaixo da que se obtinha com a reserva de instância, essa diferença é compensada pela simplificação no compromisso”, reduzindo amarras técnicas e aumentando a flexibilidade de decisão.

Lambda Durable Functions

No campo de arquiteturas serverless, a AWS anunciou o Lambda Durable Functions, recurso que viabiliza a orquestração de fluxos de trabalho complexos diretamente no código do Lambda. O modelo cobra apenas o tempo de execução de cada etapa, com limite de 15 minutos por step, eliminando custos associados a períodos de espera. Isso resolve um problema histórico do Lambda, no qual o tempo ocioso era cobrado, e viabiliza casos de uso como agentes de IA, fluxos de checkout e processos de reserva que dependem de ações externas ou interação humana.

Complementando essa estratégia, o AWS Lambda Managed Instances amplia a flexibilidade de execução ao permitir que funções Lambda rodem sobre diferentes tipos de instâncias do EC2, mantendo a simplicidade operacional do serviço. A AWS assume a gestão da infraestrutura e do auto scaling, enquanto as empresas podem aproveitar os ganhos financeiros de Savings Plans e reservas de EC2, combinando controle de custos com eficiência operacional.

S3 Vectors

Outro anúncio relevante foi o S3 Vectors, o primeiro object storage em nuvem com suporte nativo a armazenamento vetorial. A solução é especialmente estratégica para iniciativas de Inteligência Artificial Generativa (Gen IA), como chatbots corporativos que precisam consultar dados fora dos modelos LLM. 

O modelo de cobrança considera apenas o armazenamento e chamadas de API do serviço, com custos de computação restritos ao envio de dados, o que pode gerar até 90% de redução de custo em comparação ao uso de armazenamento em bloco. Além disso, o S3 Vectors simplifica pipelines de dados, fortalece a governança e se integra nativamente ao Amazon Bedrock, Amazon SageMaker e ao OpenSearch Service, permitindo estratégias híbridas entre dados quentes e frios.

Amazon CloudWatch

Fechando o bloco de infraestrutura e dados, a AWS expandiu as capacidades do Amazon CloudWatch, consolidando-o como ferramenta central de observabilidade. O principal avanço foi o lançamento do Log Management, que unifica métricas, logs e traces em um único ambiente, incluindo dados externos e logs de serviços SaaS de terceiros, como GitHub e Office 365. 

Para os negócios, o ganho está na capacidade de correlacionar diferentes data sources em uma única consulta, reduzindo a complexidade operacional e os custos associados a processos de ETL, além de acelerar a tomada de decisão baseada em dados.

Modernização: aceleração da migração de legados

No eixo de modernização, a principal novidade apresentada no AWS re:Invent 2025 foi o AWS Transform, serviço disponibilizado no início de 2025 e apontado por Igor como o avanço mais relevante para empresas que ainda operam workloads legados. 

A solução consolida e evolui serviços anteriores da AWS voltados à modernização de ambientes como Mainframe, VMware e Windows/.NET, com foco em automatizar a conversão de código e reduzir o esforço manual.

O AWS Transform atua como um serviço de desenvolvimento e modernização que acelera a migração de aplicações legadas, permitindo que o processo de transformação seja executado localmente, com posterior análise e planejamento na plataforma da AWS. Essa abordagem já resultou na análise de mais de 1 bilhão de linhas de código em ambientes de Mainframe e na economia de aproximadamente 800 mil horas de esforço manual, evidenciando o impacto direto na produtividade das equipes técnicas.

AWS Transform Custom

Entre as novidades, o destaque é o AWS Transform Custom, que amplia o suporte a novas linguagens, frameworks, APIs e ambientes de execução. A extensão permite que clientes criem agentes de transformação de código customizados, viabilizando a modernização de praticamente qualquer stack.

Para ambientes Windows, a AWS respondeu a uma demanda recorrente de clientes que utilizavam o AWS Transform para .NET, disponível em General Availability desde maio. A necessidade era ir além da camada de aplicação e acelerar a modernização de frameworks de interface e bancos de dados legados. Com o AWS Transform Full Stack, a AWS passa a atuar nas três camadas da arquitetura tradicional, modernizando aplicações de .NET Framework para .NET Core, interfaces legadas e bancos de dados de SQL Server para PostgreSQL. O resultado é uma aceleração de até cinco vezes no processo de modernização, com ganhos adicionais como eliminação de custos de licença, mitigação de vulnerabilidades de segurança e atualização da experiência de interface.

Segurança e IA generativa como alavancas de escala para os negócios

No bloco de plataformas, as novidades da AWS reforçam dois pilares centrais para as empresas: segurança em escala e uso pragmático de IA generativa aplicada aos processos de negócio.

AWS Security Hub

A AWS anunciou uma evolução do AWS Security Hub, que passou de um serviço focado na segurança de recursos individuais para uma plataforma centralizada e escalável de gestão de postura de segurança na nuvem. O antigo Security Hub passa a se chamar Security Hub CSPM (Cloud Security Posture Management) e o novo Security Hub passa a consolidar, correlacionar e enriquecer sinais provenientes de múltiplos serviços de segurança da AWS, oferecendo uma visão holística de riscos e brechas. 

Para os negócios, Igor aponta que o ganho está na verificação contínua e automatizada de compliance e auditoria, alinhada aos principais padrões de mercado, além da integração nativa com ferramentas de ITSM, o que permite a criação automática de tickets a partir de achados de segurança, reduzindo trabalho manual e acelerando a resposta a incidentes.

Amazon Bedrock

Na frente de IA generativa, o Amazon Bedrock se consolida como a plataforma central da estratégia da AWS, com foco em escolha e customização de modelos. O serviço permite que empresas consumam LLMs por meio de uma API simples, sem a necessidade de gerenciar infraestrutura de GPU, pagando apenas pelo uso. 

A principal novidade apresentada foi o suporte a modelos de peso aberto, ampliando o portfólio com opções abertas. Essa abordagem reforça a visão da AWS de que não existe um único modelo dominante, mas um ecossistema diverso, no qual as empresas podem testar, comparar e adotar modelos com maior disponibilidade e menor custo, sem pagar pelo modelo em si.

Bedrock AgentCore

Complementando essa estratégia, o Bedrock AgentCore foi apresentado como uma camada acima do Bedrock, voltada especificamente à construção, implantação e operação de agentes de IA. A plataforma permite o uso de diferentes frameworks e modelos de base, acelerando a adoção de aplicações de agentes de forma segura. Os benefícios da solução se concentram na eficiência operacional, na economia de tempo e na proteção de dados, ao eliminar a complexidade de gerenciar a infraestrutura de LLMs e permitir foco total nos dados privados.

Entre as novidades do Bedrock AgentCore, três recursos se destacam pelo impacto direto na governança, na qualidade e na consistência dos agentes de IA:

• AgentCore Policy (em preview): permite definir políticas de uso separadas do código do agente, estabelecendo regras claras sobre como e quando ele pode acessar ferramentas e dados corporativos.

• AgentCore Evaluations (em preview): possibilita a avaliação contínua da qualidade dos agentes com base no comportamento em produção. O recurso analisa critérios como correção, utilidade e potenciais riscos, apoiando ciclos de melhoria contínua e decisões mais seguras sobre o uso de IA.

• AgentCore Memory: anunciada a adição de capacidade de memória episódica (Episodic Memory) aos agentes, permitindo que aprendam com interações anteriores, reconheçam padrões e adaptem respostas automaticamente. Isso resulta em respostas mais consistentes e alinhadas, sem a necessidade de configurações repetitivas em diferentes casos de uso.
  

Frontier Agents: a verdadeira promessa de IA

Por fim, o nosso arquiteto apresentou os Frontier Agents, agentes de IA de fronteira, como a representação do avanço mais concreto da estratégia da AWS em IA generativa. A solução marca a transição de assistentes que apenas respondem perguntas para agentes capazes de executar ações complexas de ponta a ponta, com mínima ou nenhuma intervenção humana. Esse movimento exige uma reinvenção das camadas de infraestrutura, dados, segurança e operação, refletindo uma mudança estrutural na forma como a IA é aplicada nas empresas.

Na conferência, Matt Garman, CEO da AWS, disse: “acredito que, no futuro, haverá bilhões de agentes dentro de cada empresa e em todos os campos imagináveis”. Essa visão se materializa no lançamento de três agentes de IA de fronteira, projetados para atuar de forma autônoma, executar múltiplas tarefas simultâneas e gerar impacto direto na eficiência operacional: o Kiro Autonomous Agent, o AWS Security Agent e o AWS DevOps Agent.

O Kiro Autonomous Agent é voltado ao ciclo de vida do desenvolvimento e automatiza tarefas como criação de pull requests e correção de bugs. Seu diferencial está na geração de uma especificação de requisitos em linguagem natural, incluindo testes e validações, antes da escrita do código, permitindo alinhamento prévio de acordo com as regras de negócio e critérios funcionais, reduzindo retrabalho e aumentando a qualidade do software entregue.

Já o AWS Security Agent, atualmente em preview, foca na segurança de aplicações web, realizando scans proativos de código e atividades de teste de penetração. O agente identifica vulnerabilidades, descreve o vetor de ataque, orienta a reprodução do problema e indica como corrigi-lo. Para os negócios, o impacto está na redução de riscos e na diminuição de custos associados à contratação de serviços especializados.

Completando o portfólio, o AWS DevOps Agent atua na gestão de incidentes, apoiando atividades de troubleshooting e análises de post-mortem. Integrado a ferramentas de observabilidade, o agente acelera a resolução de falhas e reduz o esforço manual de times que atuam na confiabilidade e na operação de sistemas. 

As novidades da AWS já estão disponíveis para apoiar ganhos concretos em custo, produtividade e segurança. Para entender como essas soluções podem se aplicar ao contexto da sua empresa, entre em contato com nossos consultores da e-Core e avance da informação à execução, com decisões conectadas à transformação digital do seu negócio.